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FundaMentol

terça-feira, novembro 30, 2004

chão de cerejas

Põe-me
Pode ser à tua vontade
De ninfa mestra, final

Cassiopeia na terra
Arrastando
Arrasando
O punho que mergulhaste
No meu peito continua a apertar
o pensamento que esguicha
pãezinhos de leite

Que te dou a comer
ao ritmo do debaixo da mesa
sobre o chão de cerejas
Onde afundamos

Portas etéreas
Onde o toque um toque
Nos fará fome
Desse doce que já esgotamos



obrigado aa

domingo, novembro 28, 2004

dourados

Sons transversais
Dourados,
como dedos de anjo,
que quase
Tocam

harmonias
que me dominam
a espinha vertebral
Imensa e languidamente

no piano
dígitos não digitais
choram sons
em espelho de água

de por o sol em silêncio
nocturno


cerejas

sábado, novembro 27, 2004

enigma

Perguntaste-me
depois de me fazer um corte incisivo no córtex cerebral
se eu era insensível à dor
claro que te disse que sim

A quantidade de liquido anestésico
que corria nas minhas veias
permitiu até que todos os dias
fizesses pequenos escalpes na minha pele

para além daqueles que aprendeste
com os xamãs utilizaste também
técnicas indolores aprendidas
com os tatuadores

criando um corpo livro
escrito nas muitas cabeceiras que
sempre transportas contigo
com vínculos de chumbo tipográfico

fiquei para me ler agora

o enigma é um código
de que guardas a cifra