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FundaMentol

sexta-feira, dezembro 10, 2004

sorrisos de sangue

as correntes
e não as palavras
entre o olhar

para as feridas
cicatriz
banheira vermelha
comigo nela

olhares vitreos
sangue nas mãos
que tentamos dar
não, a fé no alcool não

piano de duas caudas
tocado a quatro mãos
corpo melodia
mas só no proxénio

comprimidos de sangue
já abertos
memórias químicas
correm nas veias

prisões alucinantes
azul, branco, azul, branco, azul
esmagar o corpo
contra si próprio
cair

os labios transparentes
deixam ver o cabelo
negro como o quarto
memória
tal qual violação
do corpo
em sangue
como o sorriso