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FundaMentol

segunda-feira, abril 23, 2007

Olhando Miró

Almir D`avila entrou criança, declararam-no demente e nunca mais saiu.
Nunca ninguém lhe escreveu uma carta, nem nunca ninguém o visitou.
Ainda que pudesse sair, não tinha para onde: ainda que pudesse falar, não tinha com quem.
Faz mais de quarenta anos, que passa os seus dias no manicómio de San Pablo, deambulando em círculos, com um rádio pegado á orelha, e no seu caminho cruzando-se sempre com os mesmos homens que deambulam em círculos com uma rádio pegado á orelha.
Um dos médicos organizou uma visita a uma exposição de Joan Miró.
Almir vestiu o seu único fato, muito bem passado pelo colchão, meteu até aos olhos o seu boné de almirante e marchou com todos, rumo ao museu.
E viu. Viu as cores que estalavam, o tomate que tinha bigodes e o garfo que dançava, o pássaro que era uma mulher nua, os céus com olhos e as caras com estrelas.
Andou, de quadro em quadro, de testa franzida. Era evidente que Miró lhe tinha defraudado, mas o médico quis conhecer a sua opinião:
- Demasiada – disse Almir.
- Demasiada quê?
- Demasiada loucura.

sexta-feira, março 09, 2007

"JOELHOS, SALSA, LÁBIOS, MAPA."

Joelhos, salsa, lábios, mapa.
As letras dormiam na noite inclinada, e eram
silveiras bravas. Por elas
escorregava o sono inclinado: nercúrio,salsa leve.

Unidas as letras nos cotovelos, unidas dormindo
nos seus frios joelhos de letras.
Por baixo, os mapas redondos com seu
mercúrios leve e a sua
salsa leve inclinada. Bravias
silveiras escorregando nos mapas.
Meus lábios unidos às letras dormindo.
Esse, isso - cabelo quente,telha molhada....

Excerto do poema "JOELHOS, SALSA, LÁBIOS, MAPA." de Herberto Helder

sexta-feira, agosto 25, 2006

discriminação gosmica


Plutão rebaixado

quinta-feira, maio 11, 2006


try...

sexta-feira, abril 07, 2006


p.apple

segunda-feira, março 27, 2006

and the blues?

was this the city
we want to build
... if we ever want to build
anything

full mind
of emptiness

like love
in a kitchen
kity play
love to watch

like a bat
i fire questions
and the sound
of falling letters
makes everything

só quiet

like a lake
cross divided

white is the way
that we keep avowing

quinta-feira, março 23, 2006

casula though colourful


amanda